sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

1988 - Viva Hate

Seis meses após o fim dos Smiths, Morrissey estreava solo com um álbum que rivalizava em qualidade com seus melhores momentos ao lado da ex-banda. Produzido por Stephen Street (que assina todas as canções em parceria com o cantor além de tocar guitarra e baixo), arranjado por Vini Reilly, do Durutti Column (que toca guitarra e teclados) e contando ainda com um sexteto de cordas, “Viva Hate” alcançou o número 1 da parada britânica e o 48 da Billboard (melhor posição do que qualquer disco dos Smiths – futuramente ele alcançara o número 11) embalado por dois hits pungentes: “Suedehead” e “Everyday Is Like Sunday”. 

Da abertura noisy e forte de “Alsatian Cousin” passando pela derrocada de um ator infantil em “Little Man, What Now?” a canções que fariam parte do sexto disco dos Smiths como a crítica “Bengali in Platforms” (“Ele quer adotar sua cultura, e ser seu amigo para sempre”), “Viva Hate” deixa a raiva escorrer pelo canto da boca enquanto se apoia em cordas (“Angel, Angel, Down We Go Together”), namora os Smiths (“The Ordinary Boys”, “Dial-A-Cliché”) e o barulho (“I Don’t Mind If You Forget Me”). 

“Margaret on the Guillotine”, em que Morrissey sonhava o dia em que a Primeira Ministra iria morrer, causou polêmica. “Viva Hate” foi relançando em 1997 com nova capa e oito faixas bônus, entre elas as excelentes “Let the Right One Slip In” (“Deixe os velhos sonhos morrerem / Deixe as pessoas erradas irem embora”, canta Morrissey sobre uma base potente de guitarras) e “Pashernate Love” (as duas produzidas por Mick Ronson), uma boa parceria com Andy Rourke, ex-baixista dos Smiths (“Girl Least Likely To”) e a primeira canção de Morrissey com Boz Boorer, “I’d Love To” (produzida por Steve Lillywhite), que seguirá como seu braço direito até os dias atuais.


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