sexta-feira, 25 de maio de 2018

Ghost

Que Comece a Missa!


Ghost é uma banda sueca de heavy metal formada em 2008 na cidade de Linköping. O estilo da banda mistura doom metal, heavy metal tradicional, rock psicodélico típico dos anos 70, somado ao rock alternativo mais moderno. As letras das músicas são, em sua maioria, de cunho satanista - porém de forma teatral, o que contrasta com a sensibilidade pop e os vocais limpos que permeiam as canções. Os teclados vintage e a produção muito limpa, sem exageros de compressão, fazem os álbuns soarem inteiramente analógicos e também remeterem à década de 70.

Os membros da banda são anônimos, apesar de fortes especulações sobre a identidade dos mesmos apontarem para músicos de bandas suecas extintas. As apresentações do sexteto trazem uma atmosfera cênica inspirada em rituais satânicos e filmes de terror clássicos, com todos os membros caracterizados como sacerdotes em uma missa negra. O vocalista adentra o palco vestido como um pontífice e carregando um turíbulo utilizado nas litanias católicas.


Disco:

O som é orgânico, vivo, pulsante. O peso não está somente nas guitarras, mas sobretudo na atomosfera das composições. O vocalista Papa Emeritus não grita, não distorce a sua voz, apenas canta de forma limpa, explorando falsetes que remetem a King Diamond. Os guitarristas despejam riffs e solos na melhor escola do metal clássico, enquanto o tecladista é o principal responsável por dar um clima único às faixas com o seu instrumento, fazendo as composições, todas com letras claramente satânicas, soarem com um clima religioso instigante.

Com apenas nove faixas e mais uma faixa-bônus, Opus Eponymous é um disco inesperado, que entrega uma surpresa agradável a cada composição. Na contramão das generosas doses de agressividade e rapidez que assolam o heavy metal atual, traz uma sonoridade rica em climas, o que torna a sua audição próxima a uma experiência sensorial. Os maiores destaque estão em faixas como “Con Clavi Con Dio”, a excelente e já hit “Ritual”, a ótima “Elizabeth” - dedicada à Condessa Elizabeth Bathory -, “Stand by Him”, “Prime Mover” e a admirável instrumental “Genesis”, que encerra o álbum de maneira perfeita.


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