terça-feira, 1 de maio de 2018

1991 - Kill Uncle

Segundo álbum solo de Morrissey, “Kill Uncle” explicita a paixão do cantor pelo rockabilly e pelo rock and roll dos anos 50, mas é um disco de transição em sua carreira. Ele havia rompido a parceria com Stephen Street (que o acompanhara desde “Strangeways, Here We Come”, o último disco dos Smiths) e Vini Reilly, e ainda não tinha encontrado seus futuros parceiros. 

O baterista Andrew Parisi, que gravou “Viva Hate”, segue o acompanhando, e Morrissey assina quase todas as canções em parceria com o guitarrista Mark E. Nevin (da banda escocesa Fairground Attraction), mas a produção dividida entre Clive Langer e Alan Winstanley não consegue dar consistência ao álbum (com uso excessivo de teclados), o que de certa forma explica a frieza com que o disco foi recebido. A imprensa inglesa chegou a cogitar o fim da carreira do cantor. 

Ainda assim, “Kill Uncle” guarda um belo single, “Sing Your Life”, conduzido por bateria, baixo, teclados e Morrissey intimando: “Cante sua vida: qualquer idiota consegue pensar em palavras que rimam”. Há ainda bons momentos em “Our Frank”, “Found Found Found” e nas três climáticas faixas de encerramento: “The Harsh Truth of the Camera Eye” (“Eu não quero ser julgado, eu quero ser amado”), “(I’m) The End of the Family Line” (“Nossa árvore genealógica atingiu o declínio”) e “There’s A Place In Hell For Me And My Friends” (“Há um lugar no inferno reservado para mim e meus amigos / E se alguma vez eu quiser apenas chorar / eu vou chorar / porque eu posso”), mas Morrissey podia mais. Só precisava encontrar as pessoas certas…


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